Monitorização das Incubadoras Portuguesas 2020
A monitorização das atividades realizadas pelas incubadoras continua a ser um dos objetivos da Rede Nacional de Incubadoras e 2020 veio reforçar essa necessidade.
2020 foi de facto um dos anos mais desafiantes, no entanto e apesar de todos os desafios, as incubadoras portuguesas continuaram a demonstrar um papel de extrema relevância no que toca à contribuição para o desenvolvimento e dinamismo do tecido empresarial, com resultados efetivos na competitividade e desempenho económico nacional.
O interesse das incubadoras em fazer parte da RNI continuou a verificar-se. Em 2020, as incubadoras protocoladas com a RNI eram 169, criadas por iniciativa de 142 instituições. Destas 142 instituições, 32 situavam-se em territórios do interior, não ocorrendo alteração em 2020.
Quanto às tipologias de incubadoras, ocorreu um incremento nas incubadoras com foco na transferência de tecnologia, mais ligadas à construção e manutenção de redes informais de inovação, compostas por incubadas, universidade, centros de inovação e indústria. A tipologia business development continuou inexistente nos territórios do interior.
As incubadoras declararam um crescimento superior a 430 incubadas, o que representa uma taxa de crescimento de 15,4% face a 2019, mesmo ocorrendo um ligeiro decréscimo no que toca à incubação física de 1,3%. Já as taxas de sobrevivência das startups apoiadas após 12 e 24 meses de incubação, continuam a apresentar indicadores superiores a 89% e 85%.
A evolução do investimento por parte de entidades externas nas startups incubadas, continua a ser uma questão sensível e de difícil recolha de informação, com uma taxa de resposta inferior a 50%, sendo os valores apresentados de 373 milhões de euros.
Ainda assim, 2020 foi realmente um ano atípico, com diferentes desafios e medidas internas a serem tomadas por parte das incubadoras protocoladas com a RNI. Apesar das contingências que foram surgindo ao longo do ano, as incubadoras continuaram a prestar os serviços essenciais na atividade de incubação, verificaram-se aumentos no apoio ao modelo de negócio e principalmente na obtenção de financiamento.
Neste último caso, tratou-se claramente da necessidade de apoiar as startups incubadas no acesso a oportunidades e medidas disponibilizadas pelo governo português.
Em 2020, pela primeira vez desde a criação da RNI, verifica-se um decréscimo no número salas de incubação, assim como nas startups em incubação física. Já as startups em incubação virtual apresentam um crescimento perto de 40%.
Estes indicadores podem ser reflexo das medidas de apoio internas das incubadoras à falta de liquidez das incubadas, através da aplicação da modalidade de incubação virtual para o acompanhamento de ideias, assim como a passagem de incubadas em incubação física para incubação virtual, assumindo a incubadora o custo decorrente dessa perda significativa de rendimento. Simultaneamente, também refletem a importância dos serviços de apoio prestados e não só da cedência de espaço empresarial, com as incubadas a verem valor num modelo de apoio com base na economia do conhecimento.
Estes resultados são disponibilizados no relatório de Monitorização das Incubadoras Portuguesas - Resultados de 2020. Os resultados de 2019 podem ser consultados em “MONITORIZAÇÃO DAS INCUBADORAS PORTUGUESAS 2019”.